No universo do design, a constante evolução e a busca por soluções inovadoras levam à criação de Design Systems cada vez mais complexos e adaptáveis. Esses sistemas, embora não possuam uma definição única que abarque todas as suas variações, seguem padrões e boas práticas que permitem a identificação de suas principais características. Empresas de diferentes segmentos adotam abordagens distintas na criação e utilização desses sistemas, tanto em seus produtos quanto em suas equipes de desenvolvimento. A diversidade de soluções reflete a adaptabilidade e a capacidade de atender a necessidades específicas dentro do vasto campo do design. Dan Mall propôs uma classificação interessante para os 6 tipos de Design System:

Design System como Identidade de Marca

Ou a linguagem visual de uma marca, que é talvez o tipo mais antigo e comum de design. Este sistema estabelece diretrizes claras para a aplicação da marca, incluindo o uso do logotipo, paleta de cores e tipografia. Um exemplo emblemático é a Nike, cuja implementação estruturada de sua identidade visual permite a identificação de seus produtos mesmo na ausência do logotipo.

Design System como Ferramenta

Outra categoria importante é o Design System como uma ferramenta, voltada principalmente para produtos digitais. Neste contexto, o Design System funciona como uma biblioteca de componentes, como no Figma, servindo como a "fonte da verdade" para a equipe de desenvolvimento. Esta abordagem simplificada é adotada por uma vasta quantidade de empresas, que não veem a necessidade de ir além da biblioteca de componentes, seguindo o princípio de que "menos é mais".

Design System como Produto

O Design System como um produto é aquele com o qual muitos profissionais mais se identificam. Neste modelo, o Design System é tratado como um produto em si, com uma equipe dedicada composta por designers, desenvolvedores e gerentes de produto. O Google Material Design é um exemplo proeminente dessa abordagem, onde o Design System é desenvolvido e mantido como se fosse um produto digital.

Design System como Processo

O Design System como um processo enfatiza os processos e as tomadas de decisão em detrimento de uma biblioteca de componentes ou de uma equipe dedicada. Este modelo promove uma abordagem mais flexível e adaptativa, focando na comunicação direta e constante entre todos os envolvidos no projeto.

Design System como Serviço

O quinto conceito, o Design System como um serviço, assemelha-se ao modelo de produto, mas opera como se fosse uma agência interna dentro da empresa. Neste modelo, equipes e squads solicitam componentes e diretrizes sob demanda a um time centralizado, que atua fornecendo soluções de design personalizadas.

Design System como Prática

Por fim, o sexto e último conceito apresentado por Dan Mall é o Design System como uma prática. Este modelo, considerado o mais avançado e maduro, integra os demais conceitos e enfatiza a repetição de padrões e componentes de forma sistemática. O objetivo é criar uma cultura de uso eficiente e sistemático dos Design Systems, promovendo agilidade e eficiência dentro da empresa.

Conclusão

A análise dos diferentes tipos de Design System revela a flexibilidade e a adaptabilidade dessas ferramentas no mundo do design. Não existe um Design System perfeito ou uma solução única que atenda a todas as necessidades. Cada empresa deve avaliar suas próprias demandas e objetivos para determinar o tipo de Design System mais adequado. O importante é que o sistema escolhido promova eficiência, agilidade e facilite a comunicação e a implementação do design nos produtos, beneficiando designers, desenvolvedores e gerentes de produto. À medida que avançamos, é crucial explorar a necessidade e o nível de Design System adequado para cada contexto. Com exemplos práticos e sinais indicativos, podemos orientar as equipes a encontrar soluções que não apenas resolvam problemas específicos, mas também promovam uma integração harmoniosa do design no desenvolvimento de produtos. O futuro dos Design Systems reside na sua capacidade de evoluir e adaptar-se às mudanças constantes do mercado e das tecnologias, mantendo-se como ferramentas essenciais para a criação de produtos digitais coesos e inovadores.